quarta-feira, 2 de julho de 2014

A Primeira Vez...


"A primeira vez a gente nunca esquece" foi o que alguém disse. Hoje estava me lembrando, ou tentando me lembrar quando foi a primeira vez que me senti feliz... Sabe aquela felicidade plena, um estado de graça, de paz, de satisfação? Não sei.

Talvez na infância tive a primeira sensação de felicidade. Me lembro quando ganhei uma boneca que queria muito, a Susi. Fiquei muito, mas muito feliz mesmo! Geralmente criança é feliz. Sofre também, mas pela inocência é feliz. Sem maldade, sem rancor, é feliz.

Na adolescência também tive meus momentos felizes, claro, quando descobri como é bom ter o próprio dinheiro. Naquele tempo começávamos a trabalhar bem jovens, com treze, quatorze anos, e ter um salário para quem não tinha nada era o máximo do máximo. Podia comprar o mundo, podia ter, ter, ter...

Dinheiro é importante sim; não que seja a razão de tudo, mas ajuda muito. Não é essencial, mas é necessário. Não é felicidade, mas nos deixa feliz com o que ele nos proporciona.

Sonhos... Tinha muitos, todos ao meu alcance. Sonhei com bom trabalho, com estudo, com casamento, com casa própria, com filhos, com família, com felicidade. A gente sonha em ser feliz, né? Mas como ser feliz? O que é ser feliz? Qual a sensação de ser feliz e não somente estar feliz?

Posso dizer sem medo que o momento mais feliz da minha vida foi quando presenciei o milagre de Deus, da vida, quando tive meus filhos... Não existe explicação, não existe sensação mais maravilhosa do mundo do que gerar um ser, de vê-lo nascer... A primeira olhada, o primeiro choro, o primeiro toque, e ao mesmo tempo sentindo seu coração se partir em dois, depois em três e assim sucessivamente quantas vezes forem os filhos nascidos.

Mas essa é uma felicidade compartilhada. É claro que de coração, de alma... Mas não é nossa, somente nossa, entendem? São nossos filhos mas estão por aí, hoje aqui, amanhã lá, depois de amanhã quem sabe?

Agora, o momento mais feliz que tenho em mente não faz muito tempo assim. Foi depois de um processo doloroso da minha vida que durou alguns anos e que um dia, não me recordo qual dia, percebi que não podia fazer nada para mudar tudo, mas podia fazer tudo para mudar meu mundo. E mudei.

As pessoas são como são, o tempo é como é, os lugares são os mesmos, as palavras vêm e vão, o amor começa e acaba... A vida continua... Nós dominamos nosso mundo, nosso interior. Aprendi a dizer não quando queria dizer não. Aprendi a ver as pessoas como seres únicos e não como gostaria de vê-los. Aprendi a ter o tempo a meu favor, aprendi a dar valor nas coisas que não têm preço, a pedir ajuda quando precisasse, a ajudar sem esperar retorno, a não me importar com o que acham ou o que falam de mim, a elogiar, a rir, a não me preocupar tanto, a perdoar, a me perdoar, a orar... a agradecer, a agradecer, a agradecer... a agradecer...

Foi libertador descobrir tudo!

Foi nesse momento que senti a felicidade perto de mim, peguei-a nas mãos e não deixei mais escapar. Me dou o direito de tê-la todos os dias, apesar dos pesares. Aconteça o que acontecer, eu mereço ser feliz, por nada e por tudo.

Tão simples e tão complexo. Tudo é muito simples e nós complicamos demais. Já tentaram descomplicar a vida? Já resolveram os problemas sem ficar reclamando? Já sorriram hoje? Já riram de suas trapalhadas?

Falando em primeira vez, me digam, qual a lembrança mais remota que vocês têm da vida? Quantos anos tinham quando a primeira imagem lhes vêm à mente? Me lembro de uma casa com escada, eu brincava de noiva, onde prendia panos na cabeça com pregadores de roupa e subia as escadas segurando uma florzinha bem pequenininha. Eu era a noiva. Acho que tinha uns quatro anos. Foi nesta casa que ganhei a Susi...

Fim.

6 comentários:

  1. Clara, ver os filhos nascerem para mim tb é a maior felicidade de todas. Bjos

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    1. Camille, não dá pra explicar essa sensação.... Ver pela primeira vez a carinha do bebê é maravilhoso! Todos somem e ficamos só nós e eles...
      Beijos, amiga querida!

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  2. Mais um dos seus excelentes textos, Clara
    Para mim existem momento felizes e estes devemos aproveitar ao máximo.
    Dinheiro não traz felicidade, mas acalma bastante...rs
    Fique bem, querida
    Beijinhos de
    Verena e Bichinhos.

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    1. Dinheiro é necessário, precisamos dele pra sobreviver...
      Mas o bom da vida não tem preço, graças a Deus!
      Beijinhos, Verena e bichinhos!

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  3. Oi Clara, não posso esquecer da primeira vez que subi na frente de um auditório da igreja para cantar no início da minha carreira como cantor, lembro que a igreja estava lotada, tinha pessoas até nas janelas, era domingo. Nunca mas esquecerei. Outro episódio foi quando entrei ao vivo pela primeira vez no meu programa de rádio rss as mãos geladas, as pernas tremiam e milhares de ouvintes ligavam para dá os parabéns pelo novo programa, nossa... nunca mais esquecerei.

    Abraços

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    1. Que vc tenhas muitos primeiros momentos inesquecíveis, Carlos, e muito sucesso também!
      Abraços, meu amigo!

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